Alquimia regional à mesa no 3º Sicoob Sabor

18 de junho de 2019

Saiba porque o festival está promovendo a fusão de ingredientes da Amazônia com a culinária local

A riqueza da Amazônia é incontestável. O maior bioma brasileiro e dono da maior bacia hidrográfica do mundo, possui uma floresta quase mítica, vasta em sua fauna e flora. Esta abundância reflete na gastronomia da região, alcançando os Estados vizinhos, Acre, Pará, Roraima, Mato Grosso e Rondônia.

Os diversos ingredientes típicos dessa cozinha têm ganhado notoriedade no País e no mundo, graças a chefs como Alex Atala, um defensor da culinária regional, que colocou a culinária amazônica como base de alguns de seus melhores pratos.

Para a sua terceira edição, o Sicoob Sabor convidou outro adepto da gastronomia regional, o chef manauara Manoel Evangelista, hoje sediado em Porto Velho (RO), para conduzir a gastronomia local a um novo patamar. Com o tema, “Pitadas da Amazônia”, o evento pretende promover a fusão destes sabores com a culinária tradicional da região Sul de Rondônia. Os restaurantes e cafeterias participantes do festival criaram pratos inovadores e repletos de experiências degustativas, que serão servidos a partir do dia 10 de julho, dia seguinte à abertura do evento.

A culinária amazônica possui forte influência indígena mesclada com culturas distintas em razão da imigração. O tucupi com certeza é um dos mais emblemáticos ingredientes amazônicos. O sumo amarelo é extraído da raiz da mandioca brava. O líquido fica descansando até se separar do amido, então é cozido e fermentado. Esse amido que sobra, depois de lavado e seco, se torna uma farinha granulada, a tapioca, ingrediente que ganhou popularidade nos últimos anos.

Outro fruto famoso é o versátil açaí, de uma palmeira típica da região. Sua polpa pode ser consumida de várias formas, como bebida, doces, geleias e sorvetes, acompanhando comidas salgadas como camarão e peixe, ou da forma mais tradicional, com farinha de mandioca.

Nesta cesta típica amazônica estão também o cupuaçu, a pupunha, a pimenta murupi, a farinha Uarini, o guaraná, a castanha-do-Brasil, conhecida como castanha-do-Pará, hoje exportada para vários países. Ainda temos o jambu, uma planta que anestesia levemente a boca e a língua, usada originalmente como tempero de peixes e em pratos regionais como o tacacá e o pato ao tucupi; o tucumã, que lembra o pequi, fruto do Cerrado (com ele é feito o X-caboclinho, um lanche super popular na região amazônica); sem contar a variedade de peixes, pirarucu, tambaqui, dourado, e por aí vai.

Vilhena é considerada a cidade “Portal da Amazônia” e, por isso, o festival não podia deixar de, por meio da fusão dos insumos amazônicos com a culinária local, enaltecer esses sabores que encantam paladares nacionais e internacionais. A adoção do tema, além de fortalecer a gastronomia regional, contribui para a criação e registro de uma nova identidade culinária para a cidade e a região Sul de Rondônia.